quarta-feira, 5 de maio de 2010

Heaven can wait.

Ia reto, por pouco, ia reto, salvo umas pequenas curvas, pouco abaixo do pescoço, alí, onde chamaram de seios.

Olhava, corria, e se não fosse aquelas pequenas curvas, talvez, nunca tivesse diminuído o ritmo. Cada batida era um tempo a menos: um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito; um, dois... Tentava sincronizar seu tempo de corrida e freio de acordo com aquilo, mas, mesmo as curvas só a puxavam mais e mais pra perto da pequena reta.

Botões pretos, um jeans colado e suor, era tudo que a ocasionalidade da reta a dava para vestir.

Curvas, buracos, um vestido bordado e o coração cheio.

Ah, essa estrada era alvo certo e fácil. Tão já machucada pela tal reta que a cruzara em velocidade, mas constante, mesmo que desintencionalmente.

Mas não havia jeito, era só ver a tal reta de botões pretos, que se fazia chover, que se fazia sol, tudo de uma vez, na de vestido bordado.

E, mesmo que aquela reta a corta-se com velocidade, não a doía mais, agora que tinha certeza que se encontrariam em um ponto, e daquele ponto em diante, serão uma só reta esburacada.